(caio silveira
ramos)
As manhãs ansiosas acordadas
muito cedo desde o começo de dezembro.
Um
pião colorido de ferro acionado por uma haste espiralada.
As músicas da mãe.
Uma carriolinha vermelha de
braços amarelos e rodinha preta.
Os presépios do pai.
Uma escova de cabelo com uma
zebrinha pintada.
A mesa decorada pelas irmãs.
Um urso de plástico com talco
cheiroso dentro.
A bandeja de frutas (ameixas, pêssegos
e uvas) sobre o baú da máquina de costura “disfarçado” pela toalhinha de renda.
Uma caixa “Ao bom menino” de
ferramentas “de verdade” para crianças.
A cesta - de vime, retangular,
grande, com a tampa presa com dobradiças e fecho de metal, usada depois como
guarda-brinquedo e até como base de um presépio pequeno - trazida pelo tio Samy
naquele Natal arrumado lá no “Quartão”, com a família toda reunida.
Uma clarineta vermelha de
plástico, com chaves coloridas para acompanhar a partitura escrita com bolinhas
pintadas.
A alegria das irmãs.
Uma caixinha registradora amarela
que, apertado o botão vermelho, toca uma campainha e tem aberta a gaveta com o
dinheiro para o troco.
O riso sacudidinho da tia
Mocinha.
Uma escavadeira de plástico, com
base giratória, esteira de borracha e uma manivela lateral para mover o braço
da pá.
A farofa com pedacinhos de maçã
preparada pela mãe
Uma caixa pequena de isopor cheia
de peças coloridas e dois pares de rodinhas de borracha para montar figuras e
carrinhos.
O peru perfumando a casa.
Um carrinho de plástico (especial
porque não esperado).
Os pratos especiais com flores no
fundo (presente de casamento dos pais).
Um trenzinho movido à pilha.
A meia-noite do dia 24 de
dezembro, hora de a família distribuir os presentes, depois do nascimento do
Menino-Jesus no presépio.
A manhã ansiosa acordada muito
cedo no dia 25 dezembro para despertar os brinquedos que dormiram no pé da
cama.
A manhã ansiosa acordada muito
cedo no dia 25 dezembro para sonhar com o Natal do ano que virá.
Publicado
no Jornal de Piracicaba em 24/12/2017
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